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Cronologia de um coração partido.


"Vamos te chamar de T.
Você não sabe o quanto está sendo difícil escrever algo. O quanto dolorido está sendo. E, provavelmente, nunca irá saber. Pois eu não estou escrevendo pra você, T, eu estou escrevendo pra mim. Não faço mais nada pra você.

Estou escrevendo esse texto que, com certeza, ninguém além de eu mesmo irá ler (várias e várias vezes) porque eu preciso externar esses sentimentos. Eu preciso que tu saiba (sem saber) o que eu estou sentindo agora. O que eu senti sempre.
Vamos começar do começo. Óbvio.

Vou contar a nossa "história". Você não prestou muita atenção nela, enquanto ela ainda estava acontecendo, então não deve lembrar de muita coisa.

Mas eu lembro. De tudo.
Como assim?

Dia 29 de junho de 2014 foi o dia que nos conhecemos, naquele app. Gostei de você de cara. Estava assinada minha sentença. Quanto mais conversávamos, mais eu gostava. Duas semanas depois já estávamos nos chamando de "amor". Amor? Nunca ninguém me chamou de amor. Eu nunca havia chamado ninguém de "meu amor". (Droga, eu to tremendo). Era isso mesmo que eu estava sentindo: amor.
Dia 28 de agosto de 2014. O dia que nos conhecemos pessoalmente. Seis horas dentro de um ônibus só pra te ver. E você ainda fez o joguinho de "descobre-qual-carro-eu-estou-senão-vai-ficar-aí". Não descobri. Fiquei parado na porta da rodoviária, batendo um pé no outro - de nervosismo - até que alguém passou por mim e empurrou minha cabeça. Era você.
Duas semanas depois de te conhecer! Duas semanas! Eu precisei de duas semanas pra acabar com a minha vida. Não que eu soubesse disso na época. Era tudo lindo. Você era lindo, as coisas que me dizia eram lindas, tudo tão único. Algo que nunca tive. Era mágico. Falando em mágico...
Setembro em que as coisas começaram a ficar mal. 23 de setembro, quando tu me contou do "outro". Foi uma das piores dores que eu já senti. Fui pro pronto socorro, lembra? Pressão alta. Nunca tinha tido isso, muito obrigado.
Sabe aquelas cenas de filme, aquelas bem clichês, em que o casal apaixonado se vê em câmera lenta? Foi isso que aconteceu. Câmera lenta. Você, na minha frente, sorrindo pra mim. Um sorriso lindo. Tenho nítida até hoje essa cena. A cena em câmera lenta do nosso filme. Não preciso lembrar o quanto foi maravilhoso pra mim aquele fim de semana. Lembro de cada minuto. Você lembra? Aposto que não. Vamos pular pra setembro. Mas, no fim, nos acertamos. Então vamos pra outubro. Quando o mundo começou a cair.
Enfim, continuando a história: terminamos. Claro, eu não ia tolerar aquilo, certo? Errado. Tolerei. Perdoei.
Nos encontramos de novo, momentos bons, algumas brigas, mais momentos bons. Fim de semana perfeito de novo. Ok. Vamos para o fim de outubro então. Quando você começa a ficar estranho de novo. Distante. Frio. Então eu resolvo saber o porquê disso. Pior decisão. Entro no teu facebook (afinal, tu havia me dado a senha). Decisão horrível. Minha vontade? Morrer. Meu Deus, como eu era idiota! Morrer por causa de um homem? Eu? O que estava acontecendo comigo? Eu estava te amando. E tu estava me destruindo. Novembro. Nada de importante, passamos o mês inteiro brigando por cada mentira nova que eu descobria.
Você não queria voltar, isso só me machucava mais. Se é que isso era possível. E era. Então dissemos adeus, mais uma vez.
Dezembro. Dia 3 de dezembro de 2014. Você disse "não aguento mais, estou terminando contigo". Eu lembro bem, era uma quarta -feira. Eu tinha entrega de trabalho na universidade. Fui pra aula conversando com você. Fiquei mal, não entreguei o trabalho final. Peguei recuperação. Obrigado, de novo. Vamos pular o resto de dezembro. Doeu demais. Janeiro de 2015. Já não estávamos mais juntos, mas nos falávamos mais do que o tempo que estivemos. Você me ligava no FaceTime todo dia, e, acredite se quiser, era a melhor parte do meu dia. Eu ainda te amava. Desesperadamente. Fevereiro eu chorei. Bastante. Março. Você veio morar na cidade ao lado. Ter você ali, a 36km de distancia de mim, 40 minutos nos separando, não mais 6 horas, fez com que eu tivesse alguma esperança. Burro. Idiota. Iludido. Esperança de que?
Não preciso lembrar que a noite foi horrível, né? Choro. Humilhação. Choro. Frieza. Choro.
Voltamos a conversar. Um domingo à noite você me chamou pra ir te ver. Minha vontade foi de sair correndo pra te encontrar. Burro. Burro. Burro. Mas não fui. Me controlei. Eu tava naquela de "amor próprio em primeiro lugar e bla bla bla". Como se isso fosse adiantar alguma coisa... 11 de março de 2015. Quarta-feira. Fui te ver, com a desculpa de pegar minhas coisas. Coitado. Nem eu acreditei nisso. Sabe aquela história da cena em câmera lenta? Pois é. O momento em que tu abriu a porta pra mim. Câmera lenta. Tu tinha acabado de sair do banho, estava tão lindo. Tu é lindo. E eu estava tremendo. A hora que tu sentou do meu lado no sofá eu gelei. Nó na garganta. Estômago revirado. Quando tentou me beijar eu não sei de onde tirei forças pra dizer que não. Era tudo que eu queria. E quando tu finalmente conseguiu eu já não conseguia respirar.
Parei de falar com você.
Era você que estava ali, T. Mas não era o meu T. Você foi uma pessoa horrível comigo aquela noite. Como pude continuar te amando depois daquilo? Nenhuma pessoa continuaria! Eu continuei. Abril. Depois daquela noite não nos falamos mais. Até que você apareceu doente. Eu estava na aula, Direito Constitucional, quando vi a mensagem no WhatsApp com teu nome. "Oi". Nó na garganta. Estômago revirado. Conversamos alguns dias, você melhorou. Me agradeceu pelo apoio. Achei sincero. Julho. Eu estava numa festa e você me chamou no app. Nó na garganta. Conversamos até as 6 horas da manhã. Foi bom. Agosto. 14 de agosto. Sexta-feira à noite e eu em casa, jantando com a família. Você me chama no Facebook, me manda fotos antigas. Voltamos a conversar. Viramos quase "amigos". Conversamos sobre quem você era de verdade. Você chorou. Me fez chorar também. Outubro. 11 de outubro. Você está "em um relacionamento sério". Devia ser sério mesmo, pra assumir assim. 2 de novembro. Voltamos.
Você, ele, corações e carinhas apaixonadas (). Aquilo me destruiu. Brigamos, claro. Eu não ia tolerar aquilo! Certo? Errado. Tolerei, perdoei. Era só uma foto na linha do tempo do teu snapchat. "Nada demais."
Sim, tu havia batido teu próprio recorde de relacionamento relâmpago. E adivinha quem você procurou bêbado? Eu, claro. Afinal você estava bêbado. "Relacionamento aberto". Decisão horrível. Horrível. Mas eu não resisti, não consegui. Quando tu me pediu (bêbado) pra voltar. Era o que eu mais queria. Ter você de volta. Nem que fosse pela metade. Burro. Idiota. Aceitar alguém que me fazia mal? Por amor? Meu Deus! Que idiota! Que amor era esse? Amor. Voltamos a nos chamar de "amor". Eu "tinha você de volta"... Doce ilusão. Dezembro chegou e com ele as brigas. Você estava ficando com um tal de E.(que, na verdade, se chama L.) Ficando. F-I-C-A-N-D-O. Você adorava dizer que nós estávamos namorando. Então, como você estava FICANDO com o E/L? Resposta: "relacionamento aberto". Mas, de acordo com você, "ele não é ninguém". E é claro: eu perdoei. Vamos pular pra ultima semana do mês. Última semana de 2015. 24 de dezembro, véspera de Natal. Eu estava viajando, estava tudo bem... Até eu ver a foto. Enfim, o ano acabou. 2016.
Hoje, 16 de janeiro. Teu aniversário. Resolvo olhar teu Instagram. Bloqueado. Mas você tinha postado uma foto. Eu não tenho você em mais nenhuma rede social, como ia saber o que postou?
2 de janeiro de 2016. 16h 30min. Recebo um snap teu, uma foto na frente do espelho com o rosto coberto de sangue. Tinha quebrado o nariz. Claro, fiquei sabendo no outro dia, porque começaram ali as coisas a desandarem. De novo. Você visualizava e não respondia. Ou demorava horas. Ok. Paciência. Ele está no hospital. Sexta-feira, dia 8 de janeiro. Telefone vibra. "Saí do hospital". Fico feliz, quero saber como você está. Mensagens visualizadas e ignoradas. Horas e horas esperando alguma resposta. Mas eu já te conhecia, sabia que alguma coisa estava acontecendo. Você negava. "Tá tudo normal", "eu to normal". Terça-feira, 12 de janeiro. Insisto em saber o que está acontecendo. "Tá tudo normal, tu que é louco". Foram as últimas palavras que você me disse. Fico sem WhatsApp, te chamo no facebook: “to sem whats”. Visualizada na mesma hora. E ignorada. Espero até o outro dia… Nada. Te bloqueio no facebook. Abro o WhatsApp. Me bloqueou. E foi assim que terminamos. Sem adeus. Sem briga. Sem choro. Sem nada. Tumblr.
Eu tenho pena de você.
Entrei, pesquisei seu nome. E lá estava a foto. Vocês dois. Abraçados. Felizes. Quer dizer, você parece feliz na foto. Ele tá mostrando o dedo do meio com a mão na frente do rosto. Ridículo. Quantos anos esse garoto tem? Mas você está feliz. E com ele. Você não tinha dito que ele não era nada? Que ele não era ninguém? "Segunda opção"? Não me parece "nada" aquela foto com legenda de amor. Eu estava, relativamente, bem com o nosso término. Até que que vi a maldita foto. Eu to destruído. Mais. Uma. Vez. Foi por isso que eu resolvi escrever. Eu nunca vou ter a oportunidade de te falar essas coisas, porque dessa vez não tem mais volta. Não adianta vir me procurar, quando esse pobre menino, loirinho e sorridente, descobrir a pessoa horrível que você é e nunca mais quiser te ver na frente. Como eu deveria ter feito. Mas não fiz, porque te amava. Amava. A-M-A-V-A. Eu achei que nunca ia conseguir deixar de te amar. Mas eu acho que finalmente consegui. Agora, quando penso em você, só consigo pensar em sentimentos ruins. Eu tenho nojo de você.
Uma vez tu me disse, que talvez eu tenha sido o único que tenha te amado de verdade.
Eu tenho ódio de você.
E tu conseguiu transformar esse amor em ódio.
Só te peço um favor: me esqueça. Finja que eu nunca existi, do mesmo jeito que eu não existia quando estávamos juntos. Finja que eu morri.

Parabéns. Porque você morreu pra mim. Adeus.
M. "
Anônimo

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