"Quando um primeiro encontro dá certo, é assim: Você sente a emoção de abrir a primeira página de um livro. E sabe, instintivamente, que vai ser um livro bem longo." Garoto encontra Garoto - David Levithan.
Sabe aquele nervosismo na hora de escolher a roupa perfeita
para o encontro perfeito com o garoto que você está afim? E aquele frio na
barriga que, por mais que a pessoa demonstre estar totalmente na sua, você
sente por medo de não ser aquilo que ele espera? Bom, essas e outras
bizarrices são normais quando estamos ansiosos com o nosso Primeiro Encontro.
Não importa quantos Primeiros Encontros você já teve na
vida, sempre haverá uma expectativa de que dessa vez você está a apenas alguns
segundos do primeiro passo para o inicio do seu Conto de Fadas.
Nesse final de semana, eu permiti que minhas ilusões Alice
tomassem mais uma vez conta da minha mente e fui me encontrar com um garoto que
eu estava conversando a quase uma semana pelo WhatsApp.
Ele era perfeito! Não apenas seu rosto era lindo, ou seu corpo,
mas também seu coração que deixava esbanjar sentimentos na nossa conversa.
Claro que eu estava acostumado com Womanizers que esbanjam carinho para te
conquistar, achar a chave para o baú do tesouro e te abandonar logo depois que
retirasse seu pote de ouro. Mas a maneira como ele me dava “Bom dia” todas as
manhãs, me mandava letras fofas das suas musicas favoritas, sentia a minha
falta cada vez que eu demorava para responder, estava mexendo com um sentimento que há muito tempo
estava escondido, pisado e guardado no fundo do meu coração.
Aproveitamos que domingo não teríamos nada para fazer e
usamos a oportunidade para nos conhecer.
15:00 em frente ao Monumento das Bandeiras do Parque do
Ibirapuera.
Meu ônibus se atrasou um pouco por causa do trânsito e quando
eu consegui chegar ao local arfando com medo dele não me esperar, lá estava ele
sentado a minha procura. Quando me viu, se levantou e foi ao meu encontro me
abraçar e, por mais que tenham sido menos de 10 segundos, senti como seu
coração estava acelerado também, acompanhando as batidas do meu, e essa
aceleração não foi causada por conta da corrida pelo caminho.
Ficamos sentados embaixo de uma árvore e aproveitando o
momento de calma para nos conhecermos. Ele nunca namorou e deixou bem claro que
sexo não era a sua prioridade. Meu coração perdeu o controle quando ele foi até
minha boca e encostou seus lábios nos meus. Naquele instante, com nossas bocas
se entrelaçando e nossa mão dando o carinho que havíamos guardado até aquele
momento, eu percebi uma coisa; estava perdidamente apaixonado por ele. E sabe
qual era o melhor de tudo? O sentimento era reciproco.
Fomos até a Marquise onde ele me ensinou a andar de patins.
Quando eu era pequeno, tinha um par que usava para me divertir pelo quintal de
casa; mas isso fora há anos atrás. Com medo de cair, me esborrachar no chão e
ser motivo de piada no nosso primeiro encontro, estava quase pensando em
desistir e mudar nossos planos quando ele pegou minha mão, e nos seus olhos eu
vi a confiança que ele queria que eu sentisse por ele.
Deixando de lado meus argumentos contra a atividade, deixei
que ele me guiasse enquanto patinávamos e nos divertíamos com algo que não me
excitava desde a infância.
Quando nos cansamos da multidão que nos cercava e
aproveitando que o sol estava indo embora, fomos procurar um continho privado para
nos deliciarmos com a companhia um do outro. Ele se sentou em uma arvore um
pouco escondida e eu me deitei em seus braços. Meu ouvido estava perto de sua
boca, o que me deixou ouvir claramente suas palavras sussurradas:
“Te quiero para sienpre”.
Nossos lábios dançavam a melodia da nossa paixão e nossas
mãos brincavam com as batidas fazendo nossos corpos de instrumentos. Senti algo
se elevando na sua calça e minha mão abrindo instintivamente seu zíper. Era por
volta das 19:00, a lua já estava no céu e a gente por entre as árvores. Minha
boca desceu até sua cueca, tirou-a e ficou um tempo por lá brincando. Antes que
pudéssemos chegar ao estopim do prazer, nos censuramos porque não era esse o nosso
foco (e porque não tínhamos com o que nos limpar ali).
Terminamos nosso dia perfeito indo comer esfirras no Habib’s.
Foi tão incrível a maneira como parecia que nos conhecíamos há anos. Não tínhamos
mais vergonha da companhia um do outro. Nos divertimos juntos como se não
tivesse nada nem ninguém ao nosso redor. O medo não afligia mais a nossa paixão.
Fomos embora de metrô e nos despedimos com um forte abraço e
um simples selinho carregado de sentimento e felicidades de um dia que jamais
irei esquecer.
Confissões de um adolescente é a coluna do Love & POP, escrita por Lucky. Futuro jornalista, possuí uma página de contos gays no Facebook Cidade que não dorme . Fale com ele pelo Facebook e pelo Twitter sobre assuntos que gostariam de ler no blog.
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