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Confissões de um adolescente: Ano Novo.

Que 2016 seja o inicio de mais um conto!


São 2:20 do segundo dia de Janeiro e eu estou sentado na cama do meu primo pensando na vida enquanto todos estão dormindo. O motivo da minha inquietação nesta madrugada é o mesmo medo que assombra minha vida há tempos: a solidão.
Aproveitando esse assunto, quero explicar o motivo de ter escolhido "Lucky" como meu alter-ego.
Na verdade, Lucky é mais do que uma simples assinatura que uso nos meus trabalhos artísticos. A personagem surgiu de uma música da Britney do mesmo nome em que fala sobre uma estrela de cinema que aparentemente tem tudo mas se sente infeliz quando se vê sozinha todas as noites.
Bom, eu não sou famoso e estou longe de ter tudo, mas me identifico muito com essa música.
Para quem não sabe, meu nome verdadeiro é Kaique e eu tenho uma família que, apesar de me amar à maneira deles, deixam claro a insatisfação pela minha sexualidade, e isso me machuca muito. Não posso reclamar sobre dinheiro, alimentação ou objetos materiais pois nunca faltou nada disso na minha vida; mas a agonia de não pertencer aquele local me assombra, principalmente entre a minha família. Eu me sinto sozinho enquanto escuto os assuntos deles.
Isso ficou bem claro agora nessa viagem de Ano Novo. Viemos comemorar com parte da família do meu pai em uma cidade no interior de São Paulo chamada Ribeirão Preto. Enquanto todos bebiam, se divertiam ouvindo forró/sertanejo/arrocha e conversando sobre o resto dos familiares que moram na Bahia, eu fiquei de boa no meu canto sentado sozinho bebendo minha Skol Beats e perguntando a Deus porque o meu celular teve que parar de funcionar logo na Vespera do Ano Novo a kilometros de casa.
Sem meus amigos por perto para se divertirem comigo ou alguém para ouvir meu desabafo pelo celular, a solidão estava ali no meu lado. No meio de todos os meus tios, tias, primos, primas, pai, mãe, irmã e cunhado. Ela estava ao lado da minha cadeira rindo por não conseguir me encaixar no meio da minha própria família. E aí que surge a dúvida: se não me sinto bem em "casa", como vou me sentir ao mundo?
Depois de terminar de ler "Dois Garotos se Beijando" do David Levithan, volta aquela resposta clichê que sempre ignoramos por achar que não se encaixa a nossa realidade: ainda há tempo para mudança. Nunca aceitamos esta frase porque temos a mania de danificarmos as coisas; de vermos sempre o lado negativo das coisas. Mas essa é a verdade; sejamos a mudança que queremos que ocorra na nossa vida.
Claro que a minha família não vai me aceitar de uma hora para a outra, ou eu vá me sentir o Rei da Cocada Preta, mas há lugares onde o foco de luz permanece apenas no meu brilho enquanto domino o palco.
E nesse ano novo quero passar essa mensagem para vocês: O ano está apenas começando e com esse inicio, surge a oportunidade de nos reinventarmos. Não sejamos o Castelo de Areia que espera pela maré para leva-la, mas vamos nos construir com cimento e concreto até que nenhuma brisa seja capaz de nos derrubar. E se por acaso falharmos no caminho, não tem problema, há sempre um novo inicio, uma nova história, e você pode ser o protagonista de todas elas.
Vocês não estão sozinhos. E eu falo isso do fundo do meu coração. Milhares de pessoas passam pela mesma coisa que vocês. Duvidam? Me chamem no Facebook e vamos ver se não temos uma história parecida, ou se não conhecemos alguém que tenha.
Que 2016 seja o inicio de mais um conto!

Confissões de um adolescente é a coluna do Love & POP, escrita por Lucky. Futuro jornalista, possuí uma página de contos gays no Facebook Cidade que não dorme . Fale com ele pelo Facebook e pelo Twitter sobre assuntos que gostariam de ler no blog. 


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