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Preconceito e estereotipação no mundo LGBT


"Sou gay mas sou homem, não gosto de afeminados", "Uma coisa é ser gay, outra coisa é ser bicha"... Quem nunca ouviu uma frase assim ou algo parecido? E pior ainda, algumas vezes essas frases partem dos próprios membros da comunidade LGBT. São frases carregadas de um preconceito incrível, como se gays afeminados ou "bichas" fossem pessoas ruins ou erradas por serem assim. Em contrapartida vemos canais e mídias voltadas ao público LGBT alimentando um esteriótipo de homossexual branco, sarado que adora baladas e divas pop. Mas pera aí, os LGBT são assim mesmo?

O site "Significados", que apresenta o conceito das palavras, explica que "esteriótipo são generalizações que as pessoas fazem sobre comportamentos ou características de outros. Estereótipo significa impressão sólida, e pode ser sobre a aparência, roupas, comportamento, cultura etc", ou seja, quanto estereotipamos uma pessoa ou grupo atribuímos a todas as pessoas que fazem parte dele uma certa característica. No caso em questão, atribuem-se aos gays um padrão de comportamento e de imagem. Atribui-se a eles a imagem de alguém espalhafatoso que adora "causar", samba em salto, dança nas baladas ao som das divas pop, são brancos e sarados. A questão é que a maioria dos gays não são assim e isso acaba fazendo com que, aqueles que não fazem parte desse perfil estereotipado, acabe sendo rejeitado ou sofrendo uma espécie de rejeição pelos próprios membros da comunidade LGBT. Um grande exemplo de mídia que propõe esse perfil estereotipado é o canal Põe Na Roda, muito bem visto aos membros LGBT e simpatizantes mais conformados, mas bastante rejeitado e criticado no meio ativista do movimento. Uma olhada nos vídeos que esse canal produz já dá pra ver bastante a forma como eles tratam a figura do homossexual.

Quanto ao preconceito com afeminados, para confirmar basta dar um "rolezinho" no Tinder, Scruff, Grindr ou qualquer aplicativo de "pegação" e encontrar perfis escritos que o cara não aceita afeminados, não gosta de bichas, etc. Aliás, não basta ir muito longe, infelizmente é bastante comum esse tipo de pensamento, basta encontrar algum gay mais "homenzinho" e perguntar se ele pegaria um afeminado.

Um gay afeminado sofre preconceito muitas vezes mais que um gay não-afeminado. Sofre entre os héteros, sofre na família, na sociedade e, para completar, sofre preconceito no meio LGBT, lugar onde ele deveria encontrar aceitação e conforto.

Quando um LGBT age com preconceito em cima de um gay afeminado, ele não está somente desrespeitando o outro como também reforçando a ideia de que um homem possuir características consideradas femininas pela nossa sociedade é algo ruim. Isso está ligado também ao machismo, à ideia de que a mulher é inferior e o homem superior e aquele homem que atribui para si comportamentos considerados "de mulher" está se rebaixando e deixando seu posto de superioridade masculina. Nem todo gay usa batom, maquiagem, é branco, sarado e ouve divas pop. Mas se for, qual o problema?

É sempre bom refletir sobre determinados pensamentos que nós possuímos e medir nossas ações, as vezes aquilo que nós consideramos apenas como gostos e comportamentos comuns nossos na verdade são sentimentos altamente preconceituosos e carregados de uma pesada discriminação social baseada em sentimentos opressivos como machismo, homofobia, etc. E acreditar que não existe preconceito dentro da comunidade LGBT é fechar os olhos para uma realidade bem escancarada em nossa frente. Vamos nos questionar e fazer uma revisão mental e ver se nós não reproduzimos esses preconceitos e assim, quem sabe, nos tornaremos pessoas melhores. Beijos! ;***

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