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Posso Mudar a Mim Mesmo.


Estou inserido numa sociedade desequilibrada. Carente de conhecimento e doente. Estou inserido numa sociedade onde ser hipócrita é o modelo padrão. Vivo num lugar onde duas mulheres brigando é visto como diversão, mas se elas estivessem se beijando seriam dignas de queimar no fogo eterno do inferno (depois de levarem uma surra coletiva, óbvio). Preciso me adaptar num mundo onde quem é interessante de verdade é visto como patético e os imbecis são os populares. Onde quem tem mais é mais e quem não tem, não é. Ando meio frustrado com esse lugar onde ler é chato, mas Big Brother é essencial. Minha sociedade não consegue entender as diferenças. Negros, gordos, gays, cabelos coloridos, deficientes físicos e mentais não são pessoas normais e devem ser tratados como minoria. Ter pele clara é sinônimo de bom caráter, ter olhos azuis é sinal de beleza, vestir-se de “maneira adequada” impede você de ser estuprada ou de ser confundida com uma prostituta, mas as prostitutas não são gente também? Não na minha sociedade. Sociedade essa que, aliás, se denomina como a maioria seguidora do cristianismo – ou seguidores de Cristo, o filho de Deus que deixou bons exemplos de tolerância e inclusão social da minoria. Estão mesmo seguindo ou apenas fazem aquilo lhes é conveniente? Eu falei que minha sociedade é complicada.
Minha sociedade não tem perspectiva de futuro porque vive para o aqui e o agora. Não precisam de humildade porque isso é coisa de gente pobre, e ser pobre é tão anos 90, não é? Por outro lado, se você for capacitado para alguma atividade que te destaque você não pode reconhecer: ou aprenda a ser humilde ou ganha um título chamado “arrogante”. Já deu um nó na cabeça? Calma que tem mais.
Minha sociedade mistura política com religião e não tolera opiniões divergentes. Não sabe definir o significado da palavra respeito, quem dera praticá-la. Minha sociedade prefere a fofoca a ter de discutir algum assunto pessoalmente. Não diriam uma palavra pessoalmente, mas na internet sentem-se livres para despejar todo o tipo de esgoto maledicente e preconceituoso que podem. É um constante baile de máscaras.
Eu faço o que posso para tornar a vida das pessoas ao meu redor um pouco melhor do que o sistema lhes oferece. Um pouco de leitura, arte, tolerância, respeito mútuo e outras doses sem contraindicação que amenizam os sintomas dessa doença social, que permitimos nos afligir.
Se não posso mudar o mundo, posso mudar a mim mesmo.

Por: Paulo R. Cane, colunista da Love & Pop, cronista e instrutor de Inglês.
Você pode entrar em contato com ele pelo e-mail contatopaulorcane@gmail.com  ou pelo seu perfil no Facebook.
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