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Ácida: Branca, Hetera e Rykah!



          Parece que chegamos ao ponto crucial onde uma mulher é novamente odiada sem motivos. Não foi diferente do que aconteceu com Gaga recentemente ou Madonna da década de oitenta. Sabemos como a cultura pop é injusta e que a fama em excesso dos EUA pode acabar com alguém. Esse ciclo se repete sempre, e com mulheres isso é mais forte. Especialmente as loirinhas estereotipadas.

            Taylor Swift engoliu carreiras em 2015, isso é fato. Seu quarto disco “1989” é a prova viva de que nem todas caem no tal famigerado flop quando lançam esse disco. Beirando nos oito milhões de vendas e com mais de três singles bem sucedidos, a ex-cantora de country vem detonando no mundo também com sua turnê e participações que nos levam a loucura.

 O que me interessa e o que me deixou intrigado é por que odiar uma mulher sem motivos reais. O ódio gratuito sempre foi pra mim um dos sentimentos mais chulos que o público pode emitir a um ídolo, e sempre acontece quando o mesmo conquista seu auge e derruba os demais. Derruba sem pedir ou sem querer, por que ninguém tem culpa de fulano está em cima e cicrano está em baixo.

Perguntando as pessoas, elas falam que “Taylor é uma vaca” ou que “Ela não merece esse sucesso.” É praticamente misógino e machista. Logo penso em como essas pessoas lidam na vida real, com um discurso quase de meritocracia que não funciona no mundo pop. Não podemos culpar os artistas que estão fazendo sucesso, e olhar com pena cantores como Sia que tem conteúdo e não atinge a grande massa. Infelizmente quem decide o auge e o sucesso é o publico, e Taylor está onde eles querem que ela esteja. Sem falar que ela se esforçou pra isso, gravando um disco pop e divulgando bem como fez.
Então por que odiar ela?
Todos os argumentos que usam são inválidos. Julgar Taylor pelos seus atos é superficial. Nós não sabemos de fato suas intenções, mas mesmo assim as pessoas querem adivinhar ou inventam coisas. Mas na verdade, julgamos através do que a imprensa publica e nos induz a pensar. Por exemplo, quando ela começou a validar os diretos de seu trabalho e sua renda, começaram a chamar Taylor de mercenária. Isso é péssimo para uma mulher e para todas. Isso tira o direito de uma mulher ser dona de seus negócios e não ser emponderada como os homens podem ser. Quanto as amizades de Taylor, ouso falar que ela força amizade, que ela quer ser boazinha e brincalhona. Pelo que me lembre ela sempre foi assim e ninguém dizia nada. Talvez esse seja seu temperamento, afinal os artistas são desconhecidos para nós.

Então Taylor veio trilhando seu caminho no pop. Ah o pop é onde a massa enorme está, ódio e amor eterno. E por que o repudio com ela surgiu tao de repente e forte?

Primeiro que ela deixou de ser a velha garotinha do country, com cabelinho cacheado e olhar dissimulado. Isso é ruim? Sim. Quando você muda a imagem, quando você muda algo em que as pessoas estão acomodadas, isso gera um desconforto enorme, por que você perde algo que te representava. Com isso Taylor conquistou também novos fãs. 

No pop onde ela cresceu, ela personificou algo que Madonna teve em 1980, mas de forma diferente hoje. Madonna era uma mulher que irritava os homens com sua sexualidade, Taylor irrita as pessoas com seu deboche como dizem. É ai onde encontramos a brecha para saber por que a odeiam tanto, agora. Falam que Taylor é forçada, que Taylor é isso e aquilo. O ódio cria imagens sobre as pessoas que nunca víamos antes. É assim, foi assim com muitas pessoas, com muitos famosos que nunca se vincularam com algo do tipo.

Trazendo um pouco da luz de Freud, ódio é amor também, e ao que me parece, Taylor é a personificação do que as pessoas queriam ser: a patricinha má do colégio americano, a Regina George da vida real, a loira rica que tem ares de uma vilã. Não estou dizendo que as pessoas querem ser brancas, nesse caso, é apenas o que teoricos sociais chamam de "concentração de poder", quando alguém concentra em si um ideal que as pessoas almejam ter ou ser. Essa identificação é de forma inconsciente, que é difícil para os odiadores assumirem esse sentimento. Afinal você odeia o que tem dentro de você e está no outro.

Mas há também outras coisas em relação a Taylor, o que ela fez foi fantástico e inédito, ela se vingou de uma mulher escrevendo uma musica, isso é assustador por não ser uma novela ou série teen. Ela cantou com Minaj que falou de uma questão racial, ela abracou Kanye West depois de anos do VMA. Claro que iam ver ela com olhos de maldade, como se ela quisesse se redimir por interesse. É assim que fazem quando uma mulher tenta fazer algo de bom.

Espero que percebam que não estou defendendo ela, até por que julgar sem saber de fato não cabe a nenhum de nós, por mais que ela pareça estar errada, mas estou apenas tentando clarear o ódio que uma mulher recebe. As pessoas continuam sendo machistas ao ver uma mulher no seu auge e querem tirar ela do poder, criando teorias sem sentido e atacando ferozmente na internet. Pior é ver que algumas mulheres concordam com isso. Claro que os atos de uma mulher como Taylor não representa todas, mas nenhum ser merece isso. Acima de tudo Taylor é uma mulher, um ser humano, que graças a Deus não vai ser atingida de forma real pela raiva das pessoas.

As vezes temo que um dia algum hater fanático faça mal a uma cantora pop, por que isso está chegando no limite do caos. As pessoas parecem estar sendo frustradas pela imagem da cantora pop perfeita que não víamos há quase vinte anos. Deve ser horrível essa sensação de não ser fã de alguém, ou de ver alguém que está com o mundo nas mãos, super exposta, arrasando no mundo inteiro.

O que devemos fazer é acalmar os ânimos e dancar conforme a música, por que só o tempo pode nos dizer quem é quem nessa vida. E se o ódio persistir, vamos todos fazer terapia.


Por: João Alves. 
instagram: @ingovernavel

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