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Nós, os solteiros.


Preenchendo um formulário esses dias e me deparei a com a pergunta: estado civil. Abri um meio sorriso sem graça e amarelo e sem pensar demais, selecionei – solteiro, oras bolas! Crime não é.
Conversando com algumas amigas debatemos a questão. Chega uma hora em que todos nós desejamos estar acompanhados. Ter aquele alguém especial que fará nosso coração acelerar e nossas pernas fraquejarem. Alguém que vai arrancar suspiros, que vai deixar recados ao acordar e que nos finais de semana nos fará entender porque as pessoas mudam quando estão apaixonadas. Vai ter cinema de mãos dadas, compartilhando a pipoca. Vai ter aquele beijo de despedida no domingo e vai ter o aperto no peito enquanto não estivermos juntos novamente. Vai ter? Não sei. Responda-me você que já namora. Sou solteiro.
A necessidade de encontrar alguém e engatar um relacionamento é compreensível. Algumas pessoas têm um efeito sobre nós que nos faz querer mais do que apenas amizade, mas até que ponto essa necessidade é saudável? Ser sozinho não é o mesmo que ser infeliz. Conheço muito casais sorridentes que são miseravelmente infelizes em seu relacionamento. Ser solteiro nos priva de alguns prazeres? Não. A não ser que você tenha estabelecido regras para si mesmo, o que o torna prisioneiro de si mesmo. Eu penso que ser solteiro é de longe uma das manifestações mais libertadoras nos dias atuais, onde “estou namorando” falsamente significa “estou feliz”.
Eu quero sim deixar de solteiro, eventualmente. Quero aproveitar tudo o que eu puder e na mais profunda intensidade. Se for para amar alguém, que seja com tudo o que for possível, não sirvo para meio-amor. Mas hoje não preciso. Não sinto essa vontade louca de estar com alguém simplesmente para me sentir parte de um status social ou preencher algum vazio mal resolvido da qual reluto em enfrentar. Meu relacionamento é comigo mesmo. Quero aproveitar as minhas idas ao cinema sozinho. Minhas viagens, minhas leituras e minhas pequenas insanidades particulares. Relaciono-me bem comigo mesmo e, esse amor é o único que vai durar até o meu último suspiro.
Quando o amor tropeçar comigo na rua da vida, será muito bem recebido. Não terá esse peso de precisar me fazer sentir especial. Não terá obrigação alguma de me fazer feliz – isso eu já faço. Não espero um amor qualquer, mas não tenho pretensão alguma de transformar minha vida num romance clássico. Quero o básico e o indispensável. Quanto mais simples, melhor.
Portanto, solteiros, sosseguem o facho. Amor implorado não é amor. Esse tipo de acontecimento não se encomenda. Aproveite sua solteirice com orgulho, porque se você estiver aberto para a vida, não há porque se preocupar em ficar sozinho. E se ficar, aproveite mesmo assim. Transfira esse amor a seus amigos e familiares.
Ninguém é infeliz por não ter alguém a quem amar – é infeliz por não saber amar a si mesmo.

Por: Paulo R. Cane, colunista da Love & Pop, cronista e instrutor de Inglês.
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