Seguindo a lógica de que somos todos obra de Deus, como é que homossexualidade não é natural?
Hoje estava sentado durante a hora do almoço, assistindo às notícias como era habitual. Só eu e meu pai estávamos sentados, minha mãe fora trabalhar e minha avó estava fora pela manhã. Então, surge nas notícias "Português António Simões passa a liderar o maior banco europeu." Tal trouxe a minha atenção à pequena tela. Não era normal ouvir falar de portugueses internacionalmente, e de imediato um orgulho chegou em mim. Assim que a notícia começou a desenvolver, esse orgulho aumentou, pois António Simões era publicamente assumido e casado com um homem. O orgulho estava num pico enorme. Então, meu pai, que já tinha costume de criticar homossexuais na minha frente, largou a boca do costume. "Malditos, isso aí não é natural." Eu olhei para ele e me comecei a rir, e ele continuou. "Todos eles deviam ser colocados numa ilha para afundar." Eu ri mais ainda.
Nós tínhamos o hábito regular de discutir sobre estes assuntos, tais discussões acabavam sempre comigo me levantando e saindo da sala, frustado pela mentalidade ignorante exposta por aquele homem. É evidente que não gosto do meu pai, e se fosse outra pessoa eu provavelmente ignoraria e apenas olhava com desprezo, mas aquele homem me irrita, ele consegue trazer raiva do meu osso mais fundo. E eu precisei de responder. Então comecei. "Se homossexualidade não é natural, e se isso é pecado, então me explica como é que você usa suas roupas de tecido fabricado? Como é que você passa tanto tempo num computador construído numa fábrica?" Eu pausei. "Como é que você usa um carro e como é que assiste televisão?" Eu olhei para ele e continuei. "Se nada disso é natural, então sua vida é totalmente pecaminosa, e desse modo você não é nada diferente dos homossexuais que tanto critica." Como sempre, eu olhei nos olhos dele e me levantei, saindo da sala. Sei que nada na cabeça daquele homem alguma vez mudará, cada vez fica mais velho e a sua mentalidade nunca vai mudar, mas um aspeto positivo que posso salientar é que não terei que viver durante o seu telhado por muito mais tempo. Contudo, a minha vida pessoal não é o que eu gostava de referir nesta postagem, mas sim o tipo de mentalidade usada para argumentar contra a homossexualidade.
Já no outro dia, ele começou falando sobre como homossexualidade estava errada porque uma criança não podia sair de um casamento gay. Eu respondi de imediato, explicando que adoção era cada vez mais praticada, e era extremamente benéfica, cheguei a perguntar algumas perguntas bem sarcásticas. "É suposto nossos orfanatos ficarem cheios?" Então, ele ripostou, falando sobre como uma criança precisava do amor de um pai, como de uma mãe. Eu achei bem irônico ele falar isso, tendo em conta que eu nunca recebi nenhum tipo de amor vindo dele. Exemplifiquei como ele estava errado, mostrando vários filhos de casais homossexuais que haviam sucedido na vida, mas tudo em vão, porque naquela cabeça, ele está parado no século anterior. Nada mudará a forma como ele pensa. Portanto, eu desisto de meu pai, desisto de tentar mudar a forma como ele pensa. Ele morrerá pensando como um velho cadeirão do século XXVIII.
Oi oi gente! Me chamo Bruno, sou estudante e sou de Portugal. Aspiro ser um escritor, e estou ansioso por escrever aqui! Irei assinar e marcar minhas postagens com "-C" pois acho que é uma forma prática e rápida de me identificar para lerem todos meus artigos ou crónicas! Ambiciono sempre novo conhecimento e estou pronto para escrever para vocês! Deixo em seguida minhas redes sociais, para me encontrarem facilmente e comunicarem comigo!
-C.
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