Segundo a coluna de Mauricio Stycer, do UOL, um dos criadores do “Tá no Ar” e responsável pelo novo “Zorra”, o humorista Marcius Melhem defende que o humor tem a obrigação de adotar posturas progressistas e tomar posições. Por conta dessa postura, ele revelou que proíbe piadas com conteúdo homofóbico no programa exibido aos sábados na TV Globo.
“Este momento em que o país vive, de muita intolerância, não permite que a gente abra este flanco”, disse, referindo-se a piadas que reforçam o preconceito contra homossexuais. “Vamos ridicularizar quem é homofóbico”, disse.
Melhem fez essas afirmações durante debate sobre humor na televisão, promovido pelo festival Risadaria, em São Paulo. O encontro contou também com a presença de Bruno Mazzeo, Marcelo Madureira, Caco Galhardo e Paulo Bonfá.
“Decidimos fazer um quadro novo, de dois minutos, para incluir no programa. A gente precisa ter um posicionamento claro sobre isso”, contou.
Resultou desta decisão uma sátira forte ao preconceito. Um pai leva o filho até uma perfumaria e reclama com uma funcionária dizendo que o perfume comprado na loja o levou a agarrar o seu motorista.
Questionado pela vendedora se o perfume provocou alguma reação alérgica, ele diz: “Reação de ódio ao processo de homossexualização que vocês querem fazer com o País. São pervertidos. Querem acabar com a família brasileira. Merecem ser boicotados”.
E acrescenta: “Hoje, de manhã, sem querer, usei o perfume do meu filho, que ele comprou nessa loja, olhei para o meu motorista, e me deu um tesão desgraçado. Aí eu te pergunto: como um pai de família, com 23 anos de casado, empresário, pode agarrar o motorista desse jeito? Esse perfume transforma um macho, como eu, em uma bicha desvairada”
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Melhem contou que, diferentemente do que ocorreu no passado, hoje a Globo não proíbe nos programas humorísticos menções a marcas, programas da concorrência ou referências políticas.
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