"O amor é a coisa mais bela do mundo. Infelizmente, também é uma das coisas mais difíceis de manter, assim como uma das mais fáceis de se desperdiçar." Pausa - Collen Hoover.
Aparentemente, fazer bem para uma pessoa não é o suficiente para que ela permaneça com você.Desde nosso último encontro, quando ele me disse o que havia acontecido com sua mãe, suas atitudes começaram a serem meio estranhas. Ele evitava o WhatsApp para evitar me responder,e eu sabia disso porque via que estava online no chat do Facebook. Dei um tempo para ele, achando que seria o melhor para que ele pusesse as ideias no lugar e voltasse para mim querendo meu abraço para conforta-lo. Mas não foi isso o que aconteceu.
Era sábado e eu estava esperando ele entrar no WhasApp para descobrir aonde que iriamos nos encontrar no dia seguinte.
- Não estou muito bem. - Ele me disse. - Contei para a minha irmã procurando ajuda, mas ela não quer mais olhar para a minha cara. Vou voltar para Pernambuco.
Entrei em desespero. Eu havia esperado minha vida toda por alguém que pudesse preencher o espaço vazio no meu peito e quando achei alguém bonito, esperto, trabalhador e decidido, a vida resolve tira-lo de mim.
Comecei a dar hipóteses de como fazer para que ele permanecesse em São Paulo; cheguei até a dizer que iria procurar um emprego, mesmo estando em épocas de vestibular, e alugar uma casa para que morássemos juntos. Ou então, que ele poderia morar no quarto que tem no quintal de casa. Era grande o suficiente para transforma-lo em um quarto/sala; tinha até um banheiro. Mas ele não queria.
Sabe qual é o problema de gostar de alguém decidida? Você faz o possível e o impossível para persuadi-la, mas nada faz mudar sua opinião. Implorei para que ele não me deixasse; fiz ele lembrar de que ela havia dito que seria para sempre, que ele não iria me abandonar; que me prometeu que dessa vez seria diferente; cheguei até a pensar sobre namoro à distância mesmo sempre ter pensado no quão difícil seria querer estar com a pessoa estando ela tão longe, mas nada disso adiantou para que ele permanecesse em São Paulo por mim.
Ele queria voltar para a sua família. Não era capaz de ir contra a eles, mesmo que isso fosse para o seu bem.
Foi então que a raiva tomou o lugar da dor e minha mente criou versões diferentes dos motivos para ele me deixar: ele havia encontrado outra pessoa mas não queria que eu soubesse por tudo que a gente viveu, então criou essa mentira para que eu parasse de lhe procurar e ele ser feliz com o outro; ou ele havia se enjoado de mim mas não tinha coragem de terminar comigo, então iria fugir. Mas eu sabia que essas não eram atitudes dele. A gente havia combinado que sempre iriamos contar a verdade um para o outro, mesmo que isso resultasse em dor.
Queria vê-lo mais uma vez, para uma despedida descente, mas ele não tinha coragem para isso. Na verdade, não ia sair mais de casa até voltar para sua cidade. Não queria que a sua irmã desconfiasse dele e voltasse a ficar brava com ele.
Sabia que ele não era bom o bastante para mim. Se fosse, iria lutar ao meu lado para que nosso relacionamento desse certo. Ele era um covarde que abriu mão da sua felicidade para não ser contra aos outros. Preferiu se magoar para satisfazer outras pessoas. Pessoas que não o amam suficiente para querer ver o seu melhor.
Talvez algum dia, quando essa dor que queima meu peito passar, a consciência retorne ao seu lugar e eu vou perceber que foi melhor assim.
Confissões de um adolescente é a coluna do Love & POP, escrita por Lucky. Futuro jornalista, possuí uma página de contos gays no Facebook Cidade que não dorme . Fale com ele pelo Facebook e pelo Twitter sobre assuntos que gostariam de ler no blog.
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