Últimos posts

Confissões de um adolescente: Ser diferente é normal.



Diga não ao ódio. Espalhe o amor.



Eu estava lendo o livro "Extraordinário" e não pude deixar de notar o quanto o livro se aproxima da realidade. Apesar de eu nunca ter visto alguém que tem os olhos nas bochechas, orelhas no pescoço e falar babando; me deparo diariamente com relatos de pessoas que foram agredidas verbalmente, fisicamente e psicologicamente por não se encacharem no padrão escolhido pela sociedade. 

Que moramos em um país de injustiças, isso não tem como negar. Cade a ordem e o progresso de um lugar onde palavras de ódio e discursos de violência são consideradas como manifestação de opinião mas uma representação de Cristo crucificado simbolizando a morte de várias pessoas por serem diferentes é um ato de rebeldia e falta de respeito?

"Na época da escola, já fui apedrejado por ser afeminado", "Na rua sendo chamado de viado, bicha, viadinho e etc. Nem ligo, mas machuca.", "uns rapazes soltaram do ônibus, pularam na janela e cuspiram pela janela e chamaram nós de viado..", " Minha primeira e única experiência ate agora, mas foi uma sensação tão ruim. Me discriminar por ser negro" - citações de membros da página Love & POP

Nunca fui vítima de preconceito nas minhas escolas. Em parte, porque sempre fiz parte dos grupos populares, o que me torna amigo da maior parte dos alunos, professores e coordenadores. Mas também pelo excelente nível de ensino que sabe trabalhar muito bem a diversidade; o que não é encontrado em todas as escolas e ensino no país. A prova disso são meus pais, os principais vilões da minha vida. Não os culpo por sua ignorância. Já falei que entendo o ponto de vistas deles . Mas, apesar de cicatrizem, as feridas ainda machucam.
Na rua, nunca me agrediram em particular. As vezes, ouvia uns comentários inconvenientes por andar de mão dadas com um garoto. Isso não chagava a me abalar, sempre esperei o pior da sociedade desde que vi a reação dos meus pais em relação a minha sexualidade. Mas nem todos são fortes o bastante para lidar com o ódio e a pressão da sociedade. 
Cego é aquele que diz que o preconceito não existe mais. Pode ser até considerada uma moda do passado, mas muitos ainda a vestem. Somos julgados diariamente por nossa sexualidade, cor, religião, altura, peso... E essas rotulações jamais acabarão. Não se continuarmos vivendo em um lugar onde os menos favorecidos viverão sempre à margem da sociedade. 
E estamos errados em ir pra ruas reivindicar nossos direitos? Por usarmos as redes sociais para delatar os crimes os quais a justiça não está no nosso lado? Por manifestarmos nossa opinião em relação aos opressores que se aproveitam de sua quantidade para nos diminuir? 
Não foi sofrendo que o negro se libertou da escravidão; não foi obedecendo o marido que uma mulher garantiu seu direito de trabalhar, votar, frequentar uma escola e ter voz na sociedade; não foi sofrendo escondido que conseguimos uma lei que pune penalmente aqueles que discriminam em razão da orientação sexual (Lei 10948/01) e alcançamos o direito de criarmos nossa própria família. E não vamos nos calar até conseguirmos alcançar uma justiça nesse país. 
Podemos ser poucos, mas é a união e a fé que movem uma nação em busca de progresso.

"Paus e pedras quebrarão meus ossos, mas seus rótulos nunca irão machucar." - Madonna, Like or not.



Confissões de um adolescente é a coluna do Love & POP, escrita por Lucky. Futuro jornalista, possuí uma página de contos gays no Facebook Cidade que não dorme . Fale com ele pelo Facebook e pelo Twitter sobre assuntos que gostariam de ler no blog. 






Nenhum comentário:

Postar um comentário

Love & Pop Designed by Templateism.com Copyright © 2014

Tecnologia do Blogger.